quinta-feira, 5 de julho de 2012


...Ébrio...

 Na face um rubro sorriso não anima...

 Destemido e sólido... 

 Ébrio de “sins” e ébrio de “nãos”, Sem a cisma, ou o rancor.

 E sim com o calor da embriaguez, toda a embriaguez que nunca...

Nunca satura o homem: ao contrário acalenta seu âmago desbravador.

A seleção é mais que natural: É santa.

E a Inquisição ainda rosna entre os trêmulos hiatos.

Onde a sombra esquinada do destino...

 Intermedia a pacatez das tardes mornas do “meu” ontem.

 E ontem ouvi a opereta dos Anjos...

Os anjos... que são Ébrios de Deus.

Deus que ressona os teus martírios...

E enleva tua alma.

Deus que reflete a calma de criança.

A criança, ou a bonança.

O ópio é oxigênio.

E o oxigênio é o ópio...

Que inalamos todos os dias.

Os dias reclamam seu gás...

E o gás é Satanás...

Ele cria e recria...

Contudo não poderá ser perene como um Deus...



Valéria Guerra Reiter
OBS. Este poema venceu concurso em coletânea Sarau Poético - da editora Vivara.

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